Acordava ao pé da mesa, e queria deitar embaixo da cama;
Maria, ligava seus tímpanos num único zumbido;
Andava e calçava os chinelos errados, inversos sujos...
Ligava a torneira fria e fazia uma careta;
Descia as escadas quase que segurando a parede, pois ela parecia desabar por todo canto!
Tomava um copo de àgua natural pensando em ser saúdavel...
Lembrava do dia em que ficava em casa sem pensar no amanhã!
Sorria de canto, de leve e agradecia pela vida...
Reclamava do tempo, do sapato furado
das pernas que não tiveram tempo de descansar,
e abria os olhos, eta mundão - ela sempre dizia...
A rotina cansava, e também causava carinho.
Não sabia distinguir as cores
Usava o que abrilhantava os olhos e passava a mão na pele
Sim, ela fazia tudo isso...
até o dia que se esqueceu do horário
entrou no trem errado, perdeu a noção de tudo
chamou os passantes de loucos!
Dizia que o mundo é só o que se vê,
Ficou assim então, Maria, enlouqueceu!
Triste história, podia ser diferente,
A Maria podia ser conformista com seus planos, com sua vida
e tentar vivê-la de forma mais e mais simples,
Mas ela se frustava, queria o Olimpo, como a maioria pode cair no limo, endoideceu!